Entrevista com a Terapeuta Ocupacional Thaissa Pimentel
Conte nos um pouco sobre o trabalho da terapia ocupacional em linhas gerais...
A terapia ocupacional atua no campo social, da saúde e da educação, promovendo a autonomia das pessoas que por motivo de disfunção no aspecto físico, mental, sensorial, psicológico ou social apresentam dificuldade em suas atividades cotidianas. O recurso terapêutico comumente usado na terapia ocupacional é a atividade, sendo sempre analisada e algumas vezes adaptada antes de ser indicada para o paciente. Na terapia ocupacional o mais importante é que o paciente consiga realizar as atividades que são importantes para sua vida.
Como a terapia Ocupacional pode auxiliar no tratamento de pessoas com transtornos mentais?
O trabalho da terapia ocupacional na saúde mental é estruturado principalmente através das atividades, ampliando o auto cuidado, a vida produtiva e potencializando a cidadania. O terapeuta ocupacional contribui para que a vida tanto coletiva quanto individual da pessoa se torne mais interessante e criativa. A adesão ao tratamento é de extrema importância, os terapeutas ocupacionais auxiliam os pacientes a escolherem e se dedicarem em atividades que tenham significado para suas vidas, fortalecendo assim a identidade da pessoa, com isso capacidades funcionais são agregadas ao indivíduo.
O terapeuta ocupacional precisa de encaminhamento médico, ou o próprio paciente pode procurar esse serviço?
Salvo quando a instituição exige, o paciente pode procurar o terapeuta ocupacional por conta própria.
Existe algum estudo na área que vise a melhoria de pacientes com transtornos de personalidade?
Existem pesquisas que mostram a importância do tratamento da terapia ocupacional em transtornos como o de borderline, paranóide, esquizóide, obsessivo-compulsivo etc. A terapia ocupacional aliada ao tratamento medicamentoso e a psicoterapia ajuda o paciente a enfrentar a doença e retornar a suas atividades de interesse.
Existem centros de tratamento que alinhem a psicoterapia com a terapia ocupacional?
Sim, o mais conhecido é o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), tem três modalidades CAPS, CAPSi (infantil) e CAPS ad (Álcool e drogas). São unidades especializadas em saúde mental para tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente.
O terapeuta ocupacional pode sinalizar o profissional da saúde (psiquiatra, psicólogo) a respeito de algum outro transtorno ou melhoria do paciente? Existe essa comunicação direta ou são setores independentes?
Sim, é comum nas reuniões de equipe se falar do quadro do paciente, o terapeuta ocupacional pode e deve relatar melhoras, regressos, assim como todos os aspectos pertinentes do tratamento, como suspeita de outro diagnóstico. Neste caso é levado para avaliação do psiquiatra.
Como a saúde pública enxerga o trabalho do terapeuta ocupacional? Existe algum projeto de divulgação e informação à população sobre esse trabalho?
A inserção do terapeuta ocupacional dentro da saúde mental está em constante crescimento. Na portaria do CAPS o terapeuta ocupacional juntamente com outros profissionais como o psicólogo e enfermeiro, é citado como opção para entrar no número de vagas de profissionais de nível superior. No entanto, mesmo não sendo obrigatório a presença do T.O é comum encontra-lo no serviço. Os meios de divulgação mais comuns que os profissionais usam são os artigos científicos, sites e redes sociais. Thaissa Machado Pimentel,
Terapeuta Ocupacional formada pela UFRJ (CREFITO-2/ nº 016506-TO). Pós graduada em Geriatria e Gerontologia pela UVA, pós graduanda em Reabilitação de Membro Superior e Mão pela Universidade Estácio de Sá;atua na instituição Associação Brasileira de Assistência ao Excepcional - ABRAE.
Contatos: (21) 975532126 / (21) 986648846 e-mail: thaissa.m.pimentel@gmail.com
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